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Aves endêmicas e cosmopolitas

  • avesdaminharioclar
  • 7 de out. de 2020
  • 3 min de leitura

Essa semana vamos conhecer algumas aves que ocorrem apenas em determinadas regiões geográficas. As chamadas espécies endêmicas!

A Mata Atlântica é o bioma com a maior concentração de espécies ameaçadas e endêmicas do Brasil. Hoje vamos conhecer uma espécie ameaçada de extinção (Categoria da ameaça: Em Perigo Crítico) que só é encontrada em regiões de restinga no litoral do Rio de Janeiro.

O formigueiro-do-litoral (Formicivora littoralis) é considerado o único representante endêmico conhecido da avifauna da restinga (Mota & de Carvalho, 2012)¹. Mede cerca de 14 cm de comprimento e apresenta dimorfismo sexual, ou seja, machos são diferentes das fêmeas. Os machos são predominantemente pretos com detalhes brancos nas asas e as fêmeas têm a face clara com uma máscara preta e sobrancelha branca, dorso ferrugíneo e o ventre bege.


A imagem 1 representa o mapa de distribuição geográfica do Formigueiro-do-litoral (Formicivora littoralis) (eBird 2020). Os quadrantes roxos em destaque no mapa representam as áreas onde a espécie foi registrada. Quanto mais forte o tom de roxo, mais registros da espécie. Na imagem 2 é possível observar uma fêmea da espécie registrada em Cabo Frio no Rio de Janeiro pelo biólogo Carlos Gussoni.

Fonte: Imagem 1. eBird (2020) Mapa de distribuição geográfica do Formigueiro-do-litoral (Formicivora littoralis). eBird [https://ebird.org/species/resant1?siteLanguage=pt_BR] ¹MOTA, João Vitor Lino; DE CARVALHO, Anderson Abbehusen Freire; TINOCO, Moacir Santos. Composição da avifauna e sua relação com áreas manejadas na restinga da Reserva Imbassaí, Litoral Norte da Bahia, Brasil. Ornithologia, v. 5, n. 1, p. 6-18, 2012.


Imagem 1: Mapa de distribuição geográfica do Formigueiro-do-litoral (Formicivora littoralis) (eBird 2020)


Imagem 2: Fêmea de formigueiro-do-litoral (Formicivora littoralis)

A perda, degradação e fragmentação dos habitats são as maiores ameaças para os biomas brasileiros. Mais da metade da vegetação natural do Cerrado foi convertida em pastagem e áreas de agricultura (Marini & Garcia, 2005)¹. Diante desse cenário, o Cerrado é hoje o segundo bioma brasileiro com maior número de espécies ameaçadas. Muitas dessas espécies são endêmicas do bioma cerrado com alta prioridade de conservação. Hoje vamos conhecer uma espécie ameaçada de extinção (Categoria da ameaça: Vulnerável) que ocorre apenas no Cerrado brasileiro.

O andarilho (Geositta poeciloptera) mede cerca de 11 cm e não apresenta dimorfismo sexual. Sua coloração em geral é marrom, mais claros no ventre e asas com tons variando de castanho a marrom-escuro. É uma espécie considerada semiterrícola, ou seja, visita o chão em busca de artoprodes e sementes. Muitos indivíduos já foram avistados em áreas recentemente queimadas em busca de presas vulneráveis.

A imagem 1 representa o mapa de distribuição geográfica do andarilho (Geositta poeciloptera) (eBird 2020). Os quadrantes roxos em destaque no mapa representam as áreas onde a espécie foi registrada. Quanto mais forte o tom de roxo, mais registros da espécie. Na imagem 2 é possível observar um andarilho (Geositta poeciloptera) muito bem camuflado na vegetação seca. O registro foi feito pelo biólogo Carlos Gussoni, no Parque Nacional da Serra da Canastra no sudoeste de Minas Gerais.

Fonte: Imagem 1. eBird (2020) Mapa de distribuição geográfica do andarilho (Geositta poeciloptera). eBird [https://ebird.org/species/cammin2?siteLanguage=pt_BR] ¹MARINI, Miguel Angelo; GARCIA, Frederico I. Conservação de aves no Brasil. Megadiversidade, v. 1, n. 1, p. 95-102, 2005.


Imagem 1: Mapa de distribuição geográfica do andarilho (Geositta poeciloptera) (eBird 2020)


Imagem 2: Andarilho (Geositta poeciloptera)

Agora que você conheceu algumas aves endêmicas (que ocorrem exclusivamente em determinadas regiões geográficas), vamos falar sobre uma espécie de ave cosmopolita, isto é, que pode ser encontrada praticamente em qualquer lugar do mundo.

Originaria do Oriente Médio, o pardal (Passer domesticus) se dispersou pela Europa e foi introduzido em diferentes partes do mundo durante os séculos 19 e 20 (Gondim et al. 2010)¹. É uma espécie sinantrópica, ou seja, coloniza áreas urbanas, rurais e seus arredores. Sua alimentação e reprodução estão diretamente ligadas às atividades humanas e, assim como nós, estão presentes em quase todas as regiões do planeta. Mede entre 13 a 18 centímetros de comprimento e apresentam dimorfismo sexual, ou seja, machos são diferentes das fêmeas.


A imagem 1 representa o mapa de distribuição geográfica do pardal (eBird 2020). Os quadrantes roxos em destaque no mapa representam os registros dessa espécie no mundo. Quanto mais forte o tom de roxo, mais registros da espécie. Na imagem 2 é possível observar a diferença na coloração da plumagem de machos (A) e fêmeas (B).

Fonte: Imagem 1. eBird (2020) Mapa de distribuição geográfica do pardal (Passer domesticus). eBird [https://ebird.org/species/houspa] ¹GONDIM, Leane SQ et al. Toxoplasma gondii e Neospora caninum em pardais (Passer domesticus) no Nordeste do Brasil. Veterinary Parasitology , v. 168, n. 1-2, pág. 121-124, 2010.

Imagem 1: Mapa de distribuição geográfica do pardal (Passer domesticus) (eBird 2020)


Imagem 2: Pardal macho (A); pardal fêmea (B)

Fotos: Luiz Carlos Ramassoti (A), Carlos Gussoni (B)

 
 
 

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